10.3.10

CAIO NA REDE

Contemplado pelo Prêmio Tuxáua Cultura Viva, o Caio na Rede é um projeto de articulação que pretende capacitar os pontos de cultura na elaboração e organização de seus próprios projetos, partindo do planejamento e visando o empoderamento e a autonomia, porque só assim as ações do programa Cultura Viva poderão ser multiplicadas, enraizadas e, consequentemente, continuadas.

Além disso, ainda são objetivos do Caio na Rede
• Compartilhar o conhecimento através da publicização de projetos na rede mundial de computadores;
• Fortalecer a rede dos pontos de cultura;
• Estimular a elaboração de planejamento estratégico e tático, ajustando os projetos específicos dos pontos de cultura aos princípios do programa Cultura Viva;
• Realizar oficinas presenciais;
• Realizar oficinas virtuais;
• Formar um banco de projetos que ficarão disponíveis na rede da internet;
• Fortalecer a universidade como um espaço da integração, da convivência e de criação coletiva;
• Cadastro de um projeto dos/para os pontos de cultura no Salic;
• Produção de um cinejornal ao final do projeto;
• Divulgar a licença crative commons (cc).

Por que o Caio na Rede precisa ser realizado?
Uma banda da banda é umbanda, outra banda da banda é cristã, outra banda da banda é kabala, outra banda da banda é alcorão. E então, e então, são quantas bandas? Tantas quantas pedir meu coração […] Rodovia, hidrovia, ferrovia. E agora chegando a infovia pra alegria de todo o interior [Gilberto Gil]
Neste novo e importante momento político em que vivemos, a cultura ocupa um espaço central. Desvelar, apontar caminhos, compreender realidades e aproximar. Aproximar pessoas, contextos, formas de interpretação. Ao aproximar, a cultura torna os meios e as formas mais transparentes, ou pelo menos, translúcidos, quebra hierarquias e constrói o novo. Os Pontos de Cultura potencializam esse processo de mudança. O Ponto de Cultura não se enquadra em fôrmas, é um conceito. É política pública, mas não só. É também movimento social, formado por homens e mulheres protagonistas da história brasileira, construtores de um projeto de país. De um outro lado, mas no mesmo espaço, o Brasil enfrenta disputas ideológicas vistas com nitidez, por exemplo, no debate que se faz sobre a proposta de uma nova lei de fomento à cultura. Os "tubarões da cultura" não abrem mão do atual modelo, que permite que 80% dos recursos captados sejam destinados ao sudeste (e mesmo assim, eixo Rio - São Paulo), 11% para o Centro-Oeste (concentrado em Brasília), 6% para o Nordeste e 3% para o Norte. No Brasil do nosso tempo não cabe mais esse tipo modelo, é obsoleto além de excludente. A rede dos Pontos de Cultura já se prepara, mas ainda é preciso intensificar as ações que darão continuidade a esta política inventada no Governo Lula.
As ferramentas dos pontos de cultura são as mais diversas, pode ser um apito, uma zabumba, um software livre… A infovia, de Gil, é a via por onde trafegam arquivos, subjetividades, lugares, fotos, sons, bicicletas, conteúdos e é por onde trafegará o Caio na Rede.
Enfim, o projeto se justifica, pois ações que atuam na direção de quebrar velhos preceitos de produção de conhecimento precisam ser valorizados.

Qual é a proposta de continuidade?
Todo ser humano capaz de pensar, criar e defender seu ponto de vista é um sujeito emancipado. O projeto busca a emancipação das pessoas por meio da cultura. A continuidade vem daí, é tão certa quanto uma fórmula matemática.

E o público alvo?
O Caio na Rede mobilizará toda rede do CUCA da UNE, portanto, os estudantes fazem parte do público alvo, mas o projeto tem um olhar voltado para pontos de cultura que se localizam em áreas de vulnerabilidade social bem como comunidades de culturas tradicionais.

Qual é a inovação que este projeto apresenta do ponto de vista estético, metodológico, tecnológico, educacional, de sustentabilidade...
Inevitavelmente a estética do Caio na Rede é a estética dos pontos de cultura, uma vez que os projetos serão produtos do cotidiano dos pontos. Seu processo de construção é baseado no fazer coletivo, método defendido pelo educador Paulo Freire quando diz que ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, os homens se libertam em comunhão. A sustentabilidade vem da continuidade, a partir das oficinas, cada ponto será preparado para elaborar projetos que poderão ser apresentados a outros parceiros, outros editais e assim por diante. Por fim, uma grande inovação é o compartilhamento do conhecimento gerado do trabalho coletivo num banco de projetos que ficará disponível na internet.

O que se espera...
Os resultados esperados estão distribuídos em 3 dimensões: A curto prazo, espera-se que a cada oficina, cada ponto de cultura participante saia com seu projeto estruturado. A médio prazo, o desafio é cadastrar, aprovar e realizar um projeto que envolva a rede nacional dos pontos de cultura no Salic. Por fim, a longo prazo, este sim estratégico, é buscar a autonomia dos pontos de cultura.